Rodrigo Foureaux Bia Foureaux[1] Resumo O presente texto analisa os aspectos técnicos, operacionais e neurocientíficos da abordagem policial à pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), tendo em vista os dados recentes do Censo Demográfico 2022, que identificou 2,4 milhões de pessoas autistas no Brasil. A partir das evidências científicas sobre as características do TEA e da análise prática das interações em contextos de abordagem, busca-se fornecer orientações seguras, eficientes e respeitosas para os profissionais de segurança pública, garantindo legalidade, dignidade e efetividade nas ações. Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista; Abordagem Policial; Neurodivergência; Direitos Humanos; Segurança Pública. 1. Introdução O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2024, revelou a existência de 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil (IBGE, 2024). Este dado representa um avanço na compreensão da diversidade neurobiológica da população brasileira e, por consequência, impõe desafios e responsabilidades às instituições públicas, sobretudo às forças de segurança, que lidam cotidianamente com a diversidade humana em situações críticas. A abordagem policial, que tradicionalmente se ancora em técnicas de imposição verbal, gestual e, em situações extremas, de uso progressivo da força, deve ser adaptada ao atendimento […]
Para visualizar nossos conteúdos na íntegra, você precisa ASSINAR O CJPOL.
Se você já é assinante, faça login aqui.