1 INTRODUÇÃO O estudo dos lugares de crime desloca o foco tradicional da criminologia, que priorizava o comportamento individual ou comunitário, para a análise das interações entre as características ambientais e os eventos criminais. Essa abordagem concentra-se em microespaços, como esquinas, edifícios e trechos de rua, ao invés de áreas amplas, como bairros ou comunidades, conforme argumentado por Eck e Weisburd (2015). Essa perspectiva busca compreender como as características físicas e sociais de um local, bem como as atividades rotineiras nele realizadas, interagem para possibilitar ou inibir a ocorrência de delitos. A centralidade do ambiente físico no estudo da criminalidade é fundamentada em evidências que destacam a relação entre as características espaciais e a ocorrência de crimes. Eck e Weisburd (2015) apontam que fatores como a localização de estabelecimentos comerciais, a densidade populacional e o nível de vigilância influenciam significativamente os padrões criminais. Além disso, as estratégias de controle do crime baseadas em lugares, como as intervenções em hot spots, demonstram um impacto direto na redução de delitos em locais específicos (Weisburd et al., 2012). A literatura criminológica incorpora teorias que estruturam o estudo dos lugares de crime, como a teoria da escolha racional, a teoria da atividade rotineira e […]
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