1 INTRODUÇÃO A relação entre o aumento das prisões e a redução dos índices de criminalidade tem sido objeto de intensos debates acadêmicos e políticos ao longo das últimas décadas. Uma das hipóteses centrais é que o aumento do encarceramento pode influenciar na prevenção de novos delitos de duas formas principais: pela dissuasão e pela incapacitação de criminosos. Primeiramente, a teoria criminológica da dissuasão postula que a punição certa, rápida e severa pode reduzir a criminalidade ao aumentar o risco percebido de captura e penalização pelos potenciais infratores (Beccaria, 1764; Nagin, 2013). Ao considerar que a percepção de risco é um fator determinante para a tomada de decisão racional, o aumento no número de prisões pode atuar como um freio psicológico para a prática de atos criminosos. Estudos empíricos indicam que a maior probabilidade de punição está correlacionada com a redução de determinados tipos de crimes, especialmente os delitos patrimoniais (Durlauf; Nagin, 2011). Em segundo lugar, a incapacitação de criminosos prolíficos é um dos principais mecanismos pelo qual o aumento das prisões pode impactar a criminalidade. Pesquisas demonstram que uma parcela significativa dos crimes é cometida por um pequeno número de infratores recorrentes, cuja remoção temporária da sociedade pode reduzir […]
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