Introdução A imagem da polícia na sociedade contemporânea não se constrói apenas pelas ações realizadas nas ruas, mas sobretudo pelo modo como essas ações são comunicadas, interpretadas e replicadas nos diferentes meios de informação. Em uma era marcada pela hiperconectividade e pela sobreposição entre os mundos físico e digital, a mídia, em suas múltiplas formas, tornou-se um ator central na mediação simbólica da segurança pública. Reportagens jornalísticas, vídeos virais, comentários em redes sociais, séries ficcionais e transmissões ao vivo não apenas relatam fatos, mas moldam percepções, influenciam sentimentos e, por vezes, desencadeiam reações sociais e institucionais profundas. O trabalho policial, que por natureza exige presença, autoridade e tomada de decisões sob pressão, passou a operar sob o olhar constante da sociedade, amplificado por câmeras de celulares, plataformas digitais e algoritmos de engajamento. Essa visibilidade permanente é, ao mesmo tempo, oportunidade e risco: pode promover transparência e confiança, mas também alimentar desinformação, sensacionalismo e julgamentos precipitados. Em muitos casos, a atuação legítima é reduzida a fragmentos virais descontextualizados, gerando crise institucional antes mesmo da apuração dos fatos. Nesse contexto, discutir a influência da mídia na segurança pública e no trabalho policial não é apenas uma análise sobre comunicação, mas uma reflexão […]
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