A Teoria da Associação Diferencial, formulada por Edwin H. Sutherland e apresentada inicialmente em 1939 na terceira edição de seu livro “Princípios da Criminologia”, representou uma ruptura paradigmática no estudo da criminologia. Sutherland, ao distanciar-se das explicações raciais, biológicas ou psicológicas dominantes em sua época, promoveu uma abordagem inovadora ao focalizar-se na criminalidade sistemática e nos crimes de colarinho branco, desafiando as teorias tradicionais que se restringiam à criminalidade de baixa renda e aos delitos comuns (Matsueda, 2001; Nobrega Junior, 2014; Robert, 2011). Sutherland, embora oriundo da Escola de Chicago, diferenciou-se ao direcionar suas investigações para além das disfunções sociais e culturais, para examinar as interações sociais e comunicacionais como determinantes do comportamento criminoso. A diferença entre sua abordagem e a referida escola se encontrava em seu interesse pela criminalidade sistemática e na preocupação com os crimes empresariais (Maíllo, 2007; Robert, 2011). Sutherland questionava as teorias existentes até então por não serem aplicáveis para todas as modalidades criminosas, em especial às de seu objeto de estudo. Com base em suas conclusões, Sutherland verificou que a conduta criminosa não poderia ser atribuída às disfunções ou dificuldades de adaptações culturais dos indivíduos ou da classe social da qual se originam, muito menos […]
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